domingo, 22 de janeiro de 2012

A pergunta que ela nunca imaginou responder...

- Você acredita em mim? - Ele pergunta olhando dentro dos olhos da menina.
- Sim, claro que acredito... - Ela responde sem hesitar.
- Faria algo se eu pedisse a você? - Ele pergunta com os olhos fixos nela.
- Sim, qualquer coisa... - Ela responde sem pensar.
- Quero que saia e caminhe. - Ele sorri.
- Para onde? - Ela fica curiosa.
- Depois direi a você. - Ele continua sorrindo.
- Mas como posso sair e caminhar sem saber qual direção tomar? - Ela fica confusa.
- Você confia em mim? - Ele fica sério.
- Sim, eu confio em você... Mas... - Ela fica sem saber o que dizer.
- Querida, sei que acredita em mim mas acreditar não é confiar. - Ele toma as mãos da menina com ternura.
- Mas, então o que é confiar? - Ela pergunta com os olhos fixos nele.
- É se lançar no escuro sabendo que estarei lá pra segurar você! - Ele responde com toda simplicidade...
- Tenho medo quando não vejo... - Ela chora.
- Eu sei, querida. Eu entendo você. Mas é a oportunidade que dou a você de provar que SOU com você mesmo quando você não vê, não sente,... - Ele sorri.
- Você pode me ajudar? - Ela pergunta esperando que ele vá com ela.
Ele abre a porta e sorri.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A doença gerada por engolir sapos...


- O que você tem é um problema genético e mais um fator. - disse-me a médica.
- Sim! - respondi
- Problema genético mais o fator: "Engolir sapos" - continuou a médica.
Um filme passa na minha cabeça, meus olhos enchem de lágrima e fico irritada comigo mesmo.
Por que me calei quando tive vontade de gritar???
Por que não chorei quando tive vontade???
Por que me permiti sofrer sufocada durante tanto tempo?
Sim! Engolir sapos é um fator que nos adoece e depois de engolir só há uma escolha à fazer:
a) continuar engolindo sapos
b) virar o jogo
Estou aprendendo a bendita letra "b".

sábado, 14 de janeiro de 2012

Um espelho e uma alma


"Já não pode ver seu reflexo no espelho
A maquiagem não dura a vida toda
Os olhos estão borrados
Os lábios sem vida
As maçãs do rosto como pequenos vulcões
O seu reflexo é como águas turvas
Sem nexo é a imagem quebrada em pedaços
Colada com base e pó compacto
Grudada com lágrimas...
Sim, sua imagem é só imagem
A maquiagem não pôde sustentá-la."

domingo, 8 de janeiro de 2012

Uma janela chamada "Sonhos"


Ela era tímida e sorridente...
Seus cachinhos pulavam a cada passo dado.
Seus olhos eram tristonhos e serenos.
Sua alma era uma mochila de sonhos.
Não podia brincar lá fora, onde o sol e a chuva brincavam com outras crianças. Sua casa era cercada por tijolos que a protegiam ou, se preferir, a prendiam de seres horripilantes que caminhavam lá fora.
Dona Invejência era muito cruel e seu esposo Sr. Agressilvo não deixava nada escapar diante de seus olhos.
Ela era tão pequena e vivia todos os dias brincando com vários balões invisíveis conhecidos no mundo dos gigantes como: "sonhos".
Não tinha muitas amigas e nem as mais chegadas iam visitá-la com medo do que os seres horripilantes faziam com quem se aproximava da casa da menina.
Numa noite quente e acompanhada por seu tio "Brincanoque", ela ousou pisar na calçada de sua casa e com seu tio curtir a lua que brilhava feito uma pérola perdida num tapete peludinho com diamantes espalhados.
Sr. Agressilvo logo bradou, atacou, encrencou com os dois que brincavam jogando bola e rindo das histórias malucas que só o Tio Brincanoque sabia contar. Ela correu pra dentro e o tio olhou para o ser medonho e o ignorou.
Mas não pensem que D. Invejência era menos encrenqueira...
Se a pequena ganhasse qualquer coisa, por mais simples que fosse D. Invejência iria dar um jeito de humilhar a pequena, esbravejar palavras ofensivas, roubar a alegria da pobre menina.
Só havia um jeito de sobreviver: "Sonhar".
A pequena menina era apaixonada por música e dança; todas às vezes que podia trancava-se no quarto, ligava o som e vivenciava no seu mundo de magia, cenários, conversas com amigos nunca vistos, histórias e canções.
Seu quarto era o seu planeta.
Seus sonhos sua vida.
O casal horripilante não durou muito tempo. Ficaram velhos, enrugados e morreram.
Já a pequena menina conseguira sobreviver e cresceu se tornando uma mulher simples e reservada mas os sonhos haviam sido guardados dentro de si.
Porque os sonhos foram feitos pra brincar se já não os podem realizar. Porque brincando a vida tem um gostinho doce que equilibra com o amargo da vida dos gigantes e faz com que crianças grandes continuem à caminhar...
Mesmo que seja olhando por uma janela aberta onde os muros feito cercas estejam ainda por lá.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O abraço, um simples abraço...

Quero um abraço
Um abraço apertado
Um abraço demorado
Um abraço protetor
Um abraço acompanhado de silêncio
Só um abraço que abrace quem sou...